terça-feira, 21 de outubro de 2008

vista-se

Em um desses dias de “inverno primaveril” paulistano abri meus scraps e deparei com uma imagem de um homem no casulo. Ainda sonolento e com a cabeça recheada de sonhos diurnos liguei o “oráculo de Delfos” (TV) e comecei a receber milhões de informações distorcidas sobre cirurgias e outros procedimentos estéticos: 450 ml de silicone nos seios, 150 ml no bumbum, aumento labial, etc... etc... etc..., tudo em suaves parcelas. Transformar o corpo em um rascunho passível de ser corrigido, modificado, contanto que esta modificação se relacione em sua exclusividade aos atrativos sexuais da fêmea/macho, tem o aval social e do “oráculo”. A preocupação obsessiva aponta para o que se chama dismorfia corporal ou transtorno dismorfico. Do outro lado dessa moeda corrente, nos deparamos com o corpo visto como arte, na 1ª Conferência de Body Art, Suspensão e Body Modification (FRRRKCON) ocorrida no dia 18/10 na cidade de São Paulo. No decorrer do evento foi mostrado ao publico presente a arte no corpo em suas mais diversas vertentes, dentre elas suspensões, performances, moda e arte .

Este tipo de modificação corporal não esta esteticamente ligada aos atributos sexuais do Ser social e nosso “oráculo” diário não nos dá visibilidade do mesmo e quando isto ocorre, a visibilidade se pauta na total estranheza.
Mas retornando ao meu scrap e a imagem do homem no casulo, é bom

lembrar que ao sair da embalagem nos temos total direito a diversidade como toda e qualquer borboleta que se preze como tal, contanto que isto não seja provido, imbuído de um produto de consumo imediatista e sem sentido como nos estimula nosso querido “oráculo” de todo dia.


visite o site do evento:www.frrrkcon.com

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