terça-feira, 29 de julho de 2008

Eduardo Galeano


Negócio

“A guerra contra o terrorismo será longa”, anunciou o presidente do planeta. Má noticia para os civis que estão morrendo e morrerão, excelente noticia para os fabricantes de armas.
Não importa sejam eficazes. O que importa é que sejam lucrativas. Desde o 11 de setembro, as ações da General Dynamics, Lockheed, Northrop Grumman, Raytheon e outras empresas da indústria bélica subiram verticalmente em Wall Street. A bolsa as ama.
Como já ocorreu nos bombardeios do Iraque e da Iugoslávia, a televisão raramente mostra as vitimas no Afeganistão: está ocupada na exibição da passarela de novos modelos de armas. Na era do mercado, a guerra não é uma tragédia, mas uma feira internacional. Os fabricantes de armas precisam de guerras como os fabricantes de abrigos precisam de invernos.

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